Os habitantes da Muzema, no Itanhangá, Zona Oeste do Rio, enfrentam um intenso tiroteio entre criminosos e policiais militares. O confronto, que teve início na noite de quarta-feira (22), impediu muitos trabalhadores de retornarem para casa após o expediente e continua na manhã desta quinta-feira (23), dificultando a saída de moradores.
Além dos disparos, diversas granadas foram detonadas na comunidade. Moradores usaram as redes sociais para expressar sua indignação com a violência. “Ontem dormi ao som de granadas explodindo na Muzema, uma explosão após a outra. E hoje acordei com mais explosões. Que loucura! Granadas por toda parte. A troca de tiros durou a noite inteira”, relatou um morador. “Operação à meia-noite, sem morador conseguir entrar na Muzema após um longo dia de trabalho”, comentou outro.
“Operação massacrante como se não houvesse moradores na Muzema. Ninguém aguenta mais isso. Muitos dirão que é o trabalho da polícia, mas os moradores também querem paz”, desabafou mais um. “Como mandar as crianças para a escola? Desde meia-noite os tiros não param na Muzema, e quase às 6 da manhã ainda há explosões. Como mandar os inocentes para a escola?”, questionou outro morador. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram a troca de tiros e as explosões.
De acordo com a Polícia Militar, equipes do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) reforçaram o policiamento na Muzema, realizando varreduras e removendo barricadas das vias. Até o momento, não há registros de prisões ou apreensões. A tensão tem sido constante na região desde fevereiro, quando traficantes do Comando Vermelho tomaram o controle da favela, antes dominada pela milícia.
Devido à operação, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que a Clínica da Família Padre Marcos Vinicio Miranda Vieira, no Itanhangá, continua atendendo a população, embora as atividades externas, como visitas domiciliares, estejam suspensas nesta manhã.
Operações no Rio e Baixada Fluminense:
Também nesta quinta-feira, a Polícia Militar realiza operações para reprimir o crime organizado no Rio e em Duque de Caxias, Baixada Fluminense. Na Vila Kennedy, Zona Oeste, o 14º BPM (Bangu) prendeu um homem com um mandado de prisão em aberto e apreendeu uma pistola calibre 9mm, dois radiotransmissores e dois celulares. A operação impactou 15 unidades escolares da rede municipal.
Na Zona Norte, o 16º BPM (Olaria) atua nas comunidades Cinco Bocas e Pica-Pau, em Brás de Pina, sem registros de prisões ou apreensões até o momento. A operação afetou três escolas municipais. As Clínicas da Família José Breves dos Santos, em Cordovil, e Heitor dos Prazeres, em Brás de Pina, mantêm o atendimento à população, mas suspenderam atividades no território, como visitas domiciliares.
Em Duque de Caxias, o 15º BPM (Duque de Caxias), com apoio de outros batalhões da Baixada e do Comando de Operações Especiais (COE), realiza operação no Complexo da Mangueirinha. Ainda não há balanço da operação.
Fonte: O Dia.
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