Hoje, o Brasil se despede de uma das vozes mais marcantes de sua história televisiva. Cid Moreira, jornalista, locutor e apresentador que se tornou sinônimo de credibilidade e informação, faleceu nesta quinta-feira (3), aos 97 anos. Internado no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, Cid estava em tratamento contra uma pneumonia e morreu em decorrência de insuficiência renal crônica.
Um Legado Inigualável
Cid Moreira deixou um legado que transcende gerações. Conhecido pelo seu timbre grave e inconfundível, ele foi o rosto do Jornal Nacional por quase três décadas, apresentando cerca de 8 mil edições do principal telejornal brasileiro. Nascido em Taubaté, em 1927, Cid iniciou sua trajetória no rádio em 1944, e não demorou a conquistar espaço nas telinhas.
Sua estreia na televisão ocorreu na década de 1950, em comerciais ao vivo, mas foi em 1969 que marcou de vez sua presença no jornalismo ao integrar a primeira equipe do Jornal Nacional. Ao lado de Hilton Gomes, e posteriormente em uma parceria histórica com Sérgio Chapelin, Cid Moreira consolidou o telejornal como referência nacional.
A Voz do Brasil
Durante os 26 anos em que foi o principal apresentador do JN, Cid Moreira se tornou símbolo de confiança e estabilidade. Seu famoso “boa-noite” era esperado pelos brasileiros, que sentiam uma sensação de segurança ao acompanhá-lo. E ele não parou por aí: Cid também emprestou sua voz poderosa ao Fantástico, onde narrou o famoso quadro de Mr. M, e iniciou um projeto que unia sua paixão por comunicação à espiritualidade — a gravação da Bíblia na íntegra, lançada com enorme sucesso.
Uma Carreira Além do Jornalismo
Muito além das bancadas e dos estúdios, Cid Moreira era uma figura que inspirava respeito. Em 2010, sua biografia, intitulada “Boa Noite – Cid Moreira, a Grande Voz da Comunicação do Brasil”, escrita por sua esposa, Fátima Sampaio Moreira, trouxe à tona mais detalhes da vida desse gigante da comunicação.
Seu amor pela locução se manteve forte até o final de sua vida. Mesmo após se afastar do jornalismo diário, continuou a gravar salmos e mensagens motivacionais, alcançando um público cada vez mais diverso. Em cada projeto, ficou evidente a paixão que tinha por comunicar e se conectar com as pessoas, independente da idade ou geração.
Despedida e Homenagens
Ainda não há informações sobre o velório e sepultamento de Cid Moreira, mas uma coisa é certa: seu legado perdurará por muito tempo. Cid não foi apenas um jornalista; ele foi um marco na história da televisão brasileira, um exemplo de ética e profissionalismo que ficará para sempre gravado na memória do Brasil.
Hoje, nos despedimos de uma verdadeira lenda, cuja voz e presença continuam a ecoar em nossa lembrança. Que descanse em paz, Cid Moreira, o mestre do “boa-noite” que marcou para sempre a história da nossa comunicação.
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