A polícia está investigando três milícias distintas como suspeitas de participação no tiroteio que resultou na morte de um estudante em Seropédica, na Baixada Fluminense. As investigações apontam que milicianos de Itaguaí, ligados à milícia de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, teriam usado uma informação falsa para emboscar paramilitares rivais da quadrilha de Gilson Ingrácio de Souza Junior, conhecido como Juninho Varão. Os dois grupos, juntamente com remanescentes da quadrilha de Tauã de Oliveira Francisco, o Tubarão, disputam territórios e negócios ilegais em Seropédica, que tem cerca de 80 mil habitantes e abriga a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), com 24 mil alunos.
No tiroteio, ocorrido em plena luz do dia, o universitário Bernardo Paraíso, de 24 anos, foi morto, e uma mãe e suas duas filhas foram baleadas por balas perdidas. O grupo de Varão, preparado para um confronto, usou inclusive fuzis e balaclavas, e foi apelidado por alguns integrantes da quadrilha como “GAT da milícia” (referência a um Grupo de Ações Táticas), utilizado na segurança dos líderes dos paramilitares e em invasões. O tiroteio aconteceu enquanto o grupo de Varão tentava flagrar rivais realizando cobranças no comércio, sendo atacados a tiros pelos invasores que já os aguardavam escondidos no Centro do município.
A menina mais velha foi atingida por dois disparos, com uma das balas alojada na coluna, enquanto a mãe e a outra filha foram feridas. Dois homens envolvidos no tiroteio foram presos, sendo um deles baleado. Ambos seriam membros da milícia de Juninho Varão. A Polícia Civil investiga a autoria dos disparos que causaram a morte de Bernardo Paraíso e os ferimentos nas outras vítimas. As investigações também buscam confirmar se Rui Paulo Gonçalves Estevão, o Pipito, teria dado apoio ao grupo de Itaguaí. Pipito, foragido da Justiça, é suspeito de substituir Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, na exploração de negócios da milícia na Favela do Antares, em Santa Cruz.
O grupo paramilitar de Seropédica era chefiado por Gilson Ingrácio de Souza Junior, o Juninho Varão, com prisão decretada pela Justiça. Ele também é suspeito de liderar grupos milicianos em Valverde, Cabuçu e KM 32, em Nova Iguaçu. A Polícia Militar informou que o 24º BPM (Queimados) já fez mais de 200 prisões em 2024 na região de Seropédica. A Polícia Civil, por sua vez, destacou que a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense investiga o caso e que, além das prisões, dois veículos roubados foram apreendidos.
A situação em Seropédica tem preocupado os moradores, que relatam uma crescente onda de violência na região. A presença de milícias e o confronto entre grupos criminosos têm gerado medo e insegurança entre os habitantes da cidade. A população pede mais efetividade das autoridades na resolução desses problemas e medidas para garantir a segurança e a tranquilidade dos moradores.
Fonte: Extra.
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