Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estiveram em comunidades na Terra Yanomami, onde realizaram um estudo que alerta para o alto nível de contaminação por mercúrio em indígenas de nove comunidades. O estudo revelou que 94% dos indígenas pesquisados estão contaminados pelo metal pesado. As amostras de cabelo foram coletadas de 287 indígenas do subgrupo Ninam do povo Yanomami, mostrando que aqueles que vivem em aldeias próximas a garimpos ilegais têm os maiores níveis de exposição ao mercúrio.
As comunidades pesquisadas ficam às margens do Rio Mucajaí, um dos mais impactados pelo garimpo ilegal na Terra Yanomami, que abriga 31 mil indígenas em 370 comunidades. O estudo também coletou células de mucosa oral de cerca de 300 pessoas para análises.
O coordenador do estudo, Paulo Basta, destaca que a contaminação por mercúrio aumenta o risco de doenças nas crianças da região e pode resultar em manifestações clínicas mais severas, principalmente em menores de 5 anos. Esta pesquisa reforça estudos anteriores da Fiocruz que já haviam identificado altos níveis de mercúrio entre os Yanomami.
Dário Kopenawa, vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami (HAY), ressalta a gravidade da situação, afirmando que o garimpo ilegal é o principal causador das mortes e doenças que assolam os Yanomami. Ele destaca a urgência da desintrusão, ou seja, da retirada dos invasores, para evitar a continuidade da contaminação e das consequências devastadoras para o povo Yanomami.
A contaminação por mercúrio na Terra Yanomami é um problema grave e complexo, que demanda ação imediata para proteger a saúde e o bem-estar dos indígenas e preservar o meio ambiente. O estudo da Fiocruz e do ISA destaca a necessidade de políticas públicas eficazes para combater o garimpo ilegal e proteger os direitos e a saúde dos povos indígenas da região.
Fonte: G1.
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